Um belo dia um sujeito acordou cedo pensando em passear, mas havia uma chuva forte que prejudicou seus planos. Resolveu, então, remexer em caixas empoeiradas, cheias de lembranças e fotos, quando uma carta, dessas de baralho, caiu no chão. Abaixou para pegar e viu que havia um desenho, em preto e branco, de uma cartomante e era assinado por “risca risca”. Enquanto pensava sobre o que era aquilo, procurando detalhes, vasculhando a mente atrás da origem daquela carta, um redemoinho o sugou para dentro do desenho. Quando, digamos, caiu, foi amparado por enormes almofadas que amenizaram o tombo. Estava numa tenda, dessas de parque de diversões, onde era possível observar uma mesa com uma bola de cristal, alguns incensos acesos, e uma decoração mista de colorido e cinza. Certo que ensandecia, resolveu sair dali e foi dar num gramado. Ao olhar para trás, a tenda desaparecera e, em seu lugar, havia um jardim e observou uma discussão de uma menina com um sujeito esquisito, baixinho, de barba verde e cabelo roxo, um desses seres que não tem definição, talvez um duende, que estava sentado num banquinho cor de abóbora, para não perder a esdrúxula combinação de cores. Aparentemente era ele que protegia o lugar.
- Para passar, precisa resolver o teste. O Mago exige!- explicou para a menina, entregando uma prancheta com algumas folhas de papel em branco e um lápis multicolorido.
Sem muito entender, primeiro ela desenhou um passarinho que tomou vida e saiu voando. Concluiu que havia uma mágica e tentou novamente com uma borboleta, conseguindo o mesmo efeito. O baixinho permanecia sério, enquanto várias imagens tomavam vida, enchendo o jardim de bichinhos que logo desapareciam. Como ele não falava nada e nem dava qualquer pista, ela pegou o lápis, desenhou uma pedra e uma tesoura, entregando a seguir para o baixinho, que sentado estava, sentado continuou. Ela, então, falou: -"Você escolhe um e eu outro". Ele escolheu a pedra que ela embrulhou com a folha de papel mágico e jogou fora. Aí sobrou a tesoura que usou fazer um recorte em forma de flor e ofereceu ao guardião! Finalmente ele sorriu, liberando a entrada.
O sujeito, então, aproximou-se antes que ela seguisse perguntou:
- Onde estamos?
- Não sei, eu estava dormindo e, de repente, “boom”! E você?
- Achei esta carta e aí “boom” também.
- Ah! A Cartomante de Papel! Ela faz isso às vezes.
- Você a conhece?
- Sim! Eu que a desenhei. Vai tentar o teste também?
Boom!
Eu sou doc
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