25 dezembro 2022

Presente de Natal

"Que o perdão seja sagrado. Que a fé seja infinita. Que o homem seja livre. Que a justiça sobreviva." (Ivan Lins)

Sempre gostei do Natal, já contei muitas histórias a respeito, hoje visitei o "Coisas do Narrador" e como gostei muito da leitura, deixei o link ( é só clicar no nome do blog que você chega lá).

Esse ano foi tudo diferente: com a chegada da filha, já com seis anos, e com sua nova família separada por uns 1200 km de distância tive que fazer uns "malabarismos" para manter a tradição do Papai Noel. 

Tirei férias e viajei com ela para o Rio de Janeiro, antes do Natal, antecipando a comemoração. A mãe não pode ir por conta do trabalho e os festejos oficiais foram em casa com nós três, nossa sobrinha, que também mora conosco, e nossa cadelinha.

Só que essa festa acabou sendo a primeira da nossa vida juntos. Antes de 2022 nós passávamos o Natal em outras festas familiares e foi uma novidade organizar o Natal.

A arrumação começou na árvore (já falei dela), escolha dos presentes, menu da ceia e as compras de mercado de última hora. O interessante é que o mercado estava funcionando com luzes de emergência (apagão por aqui é comum) e quando as luzes voltaram também houve aquele "ahhhh" tradicional.

Bom, tanto preparo, obviamente, não era somente para nós cinco: vieram sobrinhas, cunhada, mãe da esposa e amigos também.

E o presente? O momento mais esperado pela criançada e que iluminou a nossa noite. Distribuímos vários, mas o importante mesmo foi aquele que veio durante os anos, com o casamento, o amor que nos une (mesmo com as intempéries da vida a dois) e a formação de uma grande família (agora somos cinco). 

E hoje agradecemos a Deus por todas essas dádivas recebidas e comemoramos a data do nascimento de Jesus com muito amor no coração.

E não é que, a meia noite, as crianças ouviram o "Ho Ho Ho" do Papai Noel? Você também ouviu? Que bom! Feliz Natal!

Ah! Será que essa louça parece uma 🎄de Natal? 🤩

Eu sou doc

11 dezembro 2022

O Gambito da Rainha

"Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura”. Aristóteles 

"E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade também."Oswaldo Montenegro.

"Mas pra quem tem pensamento forte, o impossível é só questão de opinião; e disso os loucos sabem, só os loucos sabem." Chorão  

Cheguei aqui para contar umas histórias sobre o jogo de xadrez e aí achei umas citações interessantes, inicialmente relacionadas ao mote do livro/série "O Gambito da Rainha", até tudo começar a sair do eixo e ficar totalmente sem noção. 

Nisso, lembrei de outro livro muito bom - A Paciente Silenciosa de Alex Michaelides - mas não dá para falar desse sem liberar algum "spoiler" não intencional.

A ficção de Walter Tevis levou-me ao ensino fundamental, quando um colega de trabalho do papai ensinou-me as regras do jogo e os primeiros passos. Fiz o mesmo com vários amigos e descobri outros que também jogavam sendo o "mate do pastor" a jogada mais espetacular que havia (comprei um livro do Bob Fisher só por conta disso). Como era a única que eu sabia, também usei num texto do "Contos de Fada?"  

Voltando ao livro, a história é um misto de romance com técnicas de jogo, onde finalmente entendi que o xadrez possui mais de análise combinatória do que instinto: boa parte dos movimentos já foram executados por alguém, você pode estuda-los nos livros e repeti-los a exaustão até chegar naquele momento, aí sim, que a criatividade do jogador entra em ação.

Perdeu a graça! O que eu gosto num jogo é a imprevisibilidade e não uma repetição de lances já executados, onde ganha sempre o competidor de melhor memória e de QI mais elevado.

Só que o livro é interessantíssimo, justamente por mostrar essa realidade associada a vários outros temas também relevantes e fica aqui a sugestão de leitura.

Quanto a louça... Essa realmente é imprevisível. A única coisa certa é sua presença, enquanto estivermos vivos!

Eu sou doc 

04 dezembro 2022

Dai-nos paciência

Venho conversando sobre as louças do dia a dia. Ter louça é sinal de vida, de alimento na mesa, de força e de paciência (louça nunca acaba).

Nas últimas semanas venho invocando um mantra: "dai-me força e paciência, mais paciência do que força ". Acho que não precisa de muita explicação.

Nas vésperas das merecidas férias, reune-se todas as forças restantes para, pacientemente, resolver as últimas pendências. Aí, num dia, o sistema está fora do ar e fora do alcance porque ele vem direto da nuvem ministerial; no outro dia, resolvido o problema anterior, um caminhão (provavelmente desviado de sua rota pelos desabamentos nas rodovias do estado - que ele receba muita força e paciência também) derruba os fios da rede elétrica/internet e o trabalho é novamente interrompido.

Invoca-se novo mantra: pwt@qp@riwvaisef0d&r!

Bom, aqui vai uma pia enviada por leitora assídua. Ela teve muita força e paciência para deixar tudo pronto para um próxima rodada.

Sejamos assim.   

               

Eu sou doc

Nota: Foto de hoje enviada por Patrícia, nossa leitora da Ron Ron Doces Doceria Virtual. Precisa de um bolo e outros para uma comemoração? Clique no link. Agradeço a colaboração.

27 novembro 2022

Advento

Hoje é o primeiro domingo do Advento que é o período de preparação para o Natal. Como não poderia deixar de ser, a árvore é montada neste dia e assim permanecerá até o Dia de Reis em janeiro.

Esse ano resolvemos uma proposta diferente misturando o tema Natalino com a Frozen e a associação ficou muito legal. 

Sempre gostei dessas alternativas: durante muitos anos eu usei uma árvore de artesanato decorado junto com adereços natalinos 🌲. Agora vamos para outros tempos infantis.

Natal... Época de renascimento, alegria e iluminação.

E você pensa que vou mostrar a árvore da Frozen? Negativo! Talvez em outra rede digital, porque aqui só louça mesmo. Então escolhi uma bem colorida para enfeitar o texto.🤣🤣🎄🎄

Eu sou doc


20 novembro 2022

Ópio do Povo

"Die Religion ... Sie ist das Opium des Volkes" (Karl Marx)

Eu era muito novo e não entendia nada de coisa nenhuma quando surgiu a Copa do Mundo de 1970, da qual nem preciso falar muito. Foi um movimento muito interessante e eu lembro que nos reuniamos na casa da vovó para ver os jogos, em preto e branco, na televisão. Só que o mais interessante mesmo era a comemoração que acontecia nas ruas e a distração era ficar na janela vendo o movimento.

Os opiaceos são substâncias com efeitos analgésicos, hipnóticos e até anestesicos e são ilegais para uso recreativo, ou seja, somente com prescrição médica, receita de notificação amarela e muito controle do usuário. Numa tradução livre para o "carioques", significa que o usuário recreativo fica completamente "doidão".

Aí vem a ideia: sai o "pão e circo" e entra outro tipo de distração, muito adequada para 1970, onde a ditadura militar reprimia manifestações públicas contra o regime mas tolerou a bagunça da Copa do Mundo.

Parece até que combinaram antes: num momento de polarização política e recrudescimento da COVID vem a Copa do Mundo logo após as eleições e "fora de época" (geralmente era durante o inverno brasileiro) porque lá no Catar, agora, é outono e o clima é mais ameno.

Por aqui ainda faz frio... 

Melhor manter o equilíbrio...

Eu sou doc 


13 novembro 2022

Força Estranha

" E então acolheu a Morte como uma velha amiga e acompanhou-a de bom grado, e como iguais, partiram desta vida." ( Beedle, o Bardo )

Diz a lenda que Caetano Veloso compôs a música "Força estranha" em 1978, depois de trocar uma ideia com o Roberto Carlos quando ele disse que "os artistas vivem em outra dimensão do tempo" (“É, bicho, artista nunca envelhece”). Apesar de cantada pelo Rei, o sucesso veio na voz de Gal Costa e foi a homenagem que ela recebeu de seus fãs durante a despedida final.

Apesar de não envelhecerem, eles um dia vão cantar e brilhar em outro lugar. Já contei algumas histórias de outros tantos no "Coisas do Narrador"

Nesse "outro lugar" pode ser até que exista um programa da Hebe ou do Velho Guerreiro (Chacrinha), onde todos se reúnam, de vez em quando, para relembrar seus momentos de glória. 

Talvez, também, grande número de ídolos  como Gal, Rolando Boldrim ("♫ amanheceu, peguei a viola, botei na sacola e fui viajar♫")Dan McCafferty ("Nazareth") e Roberto Guilherme ("trapalhão" Sargento Pincel) acabem passando ao mesmo tempo, para alegrar aqueles que lá estão e que também foram em grande número, no passado recente, vitimados na pandemia. 

São os mistérios...

Só sabemos que "todo artista tem de ir aonde o povo está" e que, para eles, não haverá mais louça...

Eu sou doc

06 novembro 2022

Não é para amador

"Quem não tem as manhas não entra não, sem a instrução de um profissional" (Marquinhos Boiadeiro)

Talvez o leitor pense que vou comentar a pífia ação dos poderes executivos municipais/estaduais/federais que esperaram decisão judicial para agir numa matéria simples de ilegalidade que foi o bloqueio das estradas recente.

Ao invés disso, vou contar mais um pouco sobre a adoção.

A etapa seguinte consistiu num período de convivência, onde as visitas ao abrigo foram diárias pela minha esposa e as minhas após o horário (tinha horário e dependia de autorização judicial: quem não tem autorização não visita criança). Forçamos um pouco e conseguimos dois finais de semana na nossa casa para compensar o período de Carnaval, onde as duas crianças abrigadas foram para a casa de familiares da responsável pelo abrigo. Vencida essa exigência, veio o dia de trazer a filha, tão desejada, para casa. 

A notícia veio de repente, no meio da tarde de uma sexta-feira: "o juiz vai assinar a guarda"!

"Vai assinar" significa que não tem hora para acontecer e ficamos a tarde inteira no abrigo esperando (nossa sobrinha, que iria passar o fim de semana lá em casa, esperou no carro porque ela não tinha autorização judicial para entrar no abrigo). Finalmente fomos chamados ao Fórum, quase no final de expediente, assinamos uns papéis e fomos pra casa levando a menina. 

A felicidade era tanta que só nos demos conta que o tal papel era somente um termo de responsabilidade de que trataríamos bem a criança por um mês (ao final desse período a criança seria devolvida ao abrigo), quando já estávamos em casa.

Claro que travamos uma "guerra", a partir do próximo dia útil, para matricular no colégio mesmo sem ter a guarda, conseguir um adiantamento de férias para pode batalhar a convivência e para lutar por algum documento menos hipócrita.

Independente disso fomos em frente e marcamos um final de semana em Florianópolis e o aniversário de seis anos.

E, para não perder o hábito, isso será história para outro dia...  

Eu sou doc 




30 outubro 2022

Extinção das Artes

"A maneira mais eficaz para destruir as pessoas é negar e destruir a sua própria compreensão de sua história" (George Orwell)

Outro dia fiquei preocupado com uma afirmação, dessas da Internet, de que os jovens não sabem que os filmes do Harry Potter vieram na sequência dos livros de J.K Rowling. Da mesma forma, a expressão "caiu a ficha" teria origem desconhecida já que dependia de entender como era usado o telefone público ("orelhão") usando tal artefato (em outro texto eu explico, mas quando "der na telha").

Aí fui, com minha esposa e filha, ao show da Sandy! Sim... aquela que cantava com o irmão - Júnior - que é filha do Chororó que é irmão do Chitão... 

Ah! Todo mundo já entendeu!

O evento foi no "Espaço Unimed" e que confundi com o Teatro Positivo, pois ambos os espaços fazem parte do complexo da Universidade Positivo em Curitiba. Achando que era no teatro, escolhi "roupa de missa" e separei um sapato que eu gostava, semi novo, comprado sei lá quando, e que estava quase esquecido num canto da sapateira do meu armário de roupas. Vi que precisava melhorar o brilho e comprei um silicone próprio para isso. Ficou ótimo! No dia do show, lá fui eu todo satisfeito até que a sola soltou e foi "resgatada" por alguém que passava logo atrás. Ainda bem que o tal "Espaço Unimed" estava mais para local de "bailão" do que de evento mais formal.

Chegando no hotel, na volta do show e algumas gargalhadas depois, logo pensei: sapateiro!

Sapateiro é um artista, assim como relojoeiro/ourives e alfaiate/costureira. Só que muito difíceis de encontrar por aqui (e talvez por aí também). Sempre que penso nisso eu lembro do livro "1984" de George Orwell, lá pelo capítulo oito, quando o protagonista procurava um senhor idoso, que ele vira num pub, para saber como era a vida anos antes... "Fale-me sobre a sua vida quando o senhor era garoto. Como eram as coisas naquele tempo? Melhores ou piores do que agora?”

Esses artistas/artesãos fazem parte do tempo, onde as coisas não eram descartáveis e duravam gerações (passavam de pai para filho, irmão mais velho para mais novo, primos) sendo reformadas ou até mesmo criadas por eles.  Imagina o que aconteceria caso sua presença passada não fosse registrada em algum lugar e de alguma forma? 

Realmente pode ser que as gerações "Y" e "Z" (criadas com creme de avelãs ao invés de pão com manteiga, biscoito Globo e Mate Leão, Angú do Gomes, dentre outros) não viram Harry Potter no cinema, não leram coisa alguma e muito menos tem interesse aqui nesse sem qualquer sombra de duvida, mas inventei a "arte da pia" e hoje faço uma pequena homenagem aos criadores de arte de verdade, citados ou não, que nem sempre deixam seguidores (eles nem possuem Instagram) e muito menos herdeiros.

Quanto ao sapato... foi para a reciclagem!

Eu sou doc

23 outubro 2022

Cadê a pia?

Já morei em muitos lugares diferentes, mas o meu recorde de cidades ficou aqui pelo sul mesmo. No final de 2008 eu migrei para o Planalto Norte de Santa Catarina e fui me adaptando à cultura local. 

No início morei numa casa, onde descobri como acender um fogão a lenha enquanto virava espanto o fato de que a pia da cozinha era elemento de mobília e não fazia parte da engenharia habitual da casa da construções ("você não trouxe a sua?").

Claro que, inicialmente, acreditei que o fato era uma exceção, da mesma forma que o comércio todo fechar na hora do almoço seria uma eventualidade já que aos sábados as lojas ficavam abertas até às 13 horas para reabrir somente na segunda feira. Bom... aí descobri também que padaria não abria antes das 8 horas (domingo nem pensar em pão fresquinho) e que em dezembro havia um recesso geral do comércio e serviços públicos.

Considerando tudo isso, pia ser mobília era um mero detalhe, mas outras situações de engenharia seguiram o mesmo caminho da medicina e ficaram sem explicação. Imagina que para trocar uma torneira você teria que desligar toda a água do prédio, pois não havia registro nos banheiros e na cozinha; morei num apartamento que também tinha uma problemática com eletricidade, onde a chave geral era geral mesmo: o disjuntor da empresa fornecedora de eletricidade do lado de fora do prédio.

Hoje nossa escultura dará lugar a uma parede de um apartamento em construção, onde em algum momento haverá uma pia. O mínimo pontinho preto, quase imperceptível, provavelmente será a origem da água, mas observe que não há local de esgotamento (aquele buraco onde vai o sifão). Vamos combinar que lavar a louça nessa pia vai ser bem complicado.

Eu sou doc

16 outubro 2022

Controlados e Contínuos

A rotina de atendimento numa unidade de saúde que presta serviços básicos inclui a emissão de prescrição de repetição, codificada como Z 76.0 pela Classificação Internacional de Doenças (CID). Como doença faz parte do escopo médico isso justifica uns 80% dos atendimentos diários somente para emissão de receitas novas.

Puxando pela memória, lá do passado meio que muito distante,  não lembrei de tal movimento: as prescrições podiam ser feitas por telefone e a pessoa ia na farmácia comprar o remédio orientado pelo médico e valia da aspirina ao temido "Benzetacil®".

Acredito que, depois de algum tempo, houve muito abuso dessa facilidade, sem contar que os remédios ficaram caríssimos e inacessíveis para boa parte das pessoas necessitadas; surgiram, então, os regulamentos que limitaram a compra às receitas (lembro alguma coisa disso) com os remédios "tarja preta" e "tarja vermelha". Surgiram também a dispensação pública e "gratuita" e a privada através das "farmácias populares".

Se fizermos analogia, a louça começa com um copo, depois um pratinho, uma colher e quando nos damos conta temos que lavar tudo para ter espaço para mais louça... A coisa das receitas é meio por aí mesmo...

Quando você acompanha o paciente desde sempre, você já sabe o que precisa; quando você nunca atendeu, tem que começar tudo outra vez. O início é a consulta, a anamnese, revisão de exames e demandas, avaliação da medicação e tudo isso seria ótimo se o paciente tivesse o registro disso tudo ao invés de somente trazer o rotulo das caixas dos medicamentos que diz utilizar. 

Por outro lado, ainda tem a classe de pacientes que, além de não terem as informações, sempre foram atendidos por profissionais que pouco se importavam com a indicação do medicamento e repetiam a receita sem registro das demandas e sem realizar uma consulta formal conforme descrevi. 

No meio da confusão o desastre é anunciado quando você tenta fazer a coisa certa, principalmente nos paciente hipertensos que nunca foram ao cardiologista e nunca fizeram exames adequados, diabéticos que também nunca foram ao endocrinologista e os paciente psiquiátricos que não possuem nem o laudo da doença e muito menos a receita anterior (acompanhamento psiquiátrico também não é comum nesses pacientes).

Na prática, as regulamentações não são seguidas por todos e quem paga o ônus da falta de saúde é o próprio paciente.

Fazer o certo é que nem a louça... é difícil, às vezes é muito chato, mas tem que ser feito! 

Bora fazer bem feito e que dane o resto! 

Eu sou doc 

09 outubro 2022

Adoção

Depois de muita conversa, veio a decisão: vamos adotar uma menina de uns quatro ou cinco anos anos.

Por volta de agosto/2021, fizemos uma espécie de inscrição no fórum e foi quando soubemos que um curso era obrigatório (ainda bem que foi on line... tipo ensino a distância...EAD... nisso a pandemia ajudou).

Aguardamos uns dois meses até o curso começar (era EAD, mas não ficava disponível o tempo todo) e percebemos que o maior objetivo era fazer os candidatos desistirem de adotar qualquer criança e desqualificar pretendentes com motivos considerados inadequados para adoção (a lista é grande e bem esquisita). 

Impressionante? E se eu disser que no estado existem aproximadamente duas mil crianças e adolescentes em abrigos e somente umas duzentas liberadas para a adoção? O curso também ensinou isso.

Uma vez concluída essa primeira saga, ganhamos certificados, juntamos a milhares de documentos e enviamos tudo para o fórum. Infelizmente isso coincidiu com o recesso de final de ano e tivemos que esperar até janeiro para a coisa andar. Quando começou foi rápido: cartório, Ministério Público, Juiz... processo enviado para a assistente social que estava de férias! 

Em meados de fevereiro, recebemos a visita da AS que trouxe uma grata surpresa: havia uma menina, um pouco mais velha do que havíamos escolhido, numa cidade muito próxima o que também foi uma sorte porque o curso informou que o transporte e estadia para qualquer outra cidade ficaria por conta do adotante. 

Marcada a visita ao abrigo, foi amor à primeira vista! Agora vamos aos próximos passos e isso vai ficar para outro dia (senão perde toda a graça).

A pia de hoje mostra o trabalho que viria pela frente... você pensa que a vida é fácil? Nem fácil e muito menos justa!

Eu sou doc

02 outubro 2022

Louça é Vida

O ano era 2020 e, de um dia para o outro, a pandemia lembrou o apocalipse zumbi. Nas ruínas do que um dia fora o apartamento dos meus pais, onde passei boa parte da minha vida, eu e minha sobrinha dividimos o espaço com os poucos móveis restantes durante um tempo. O local era habitável para uma ou duas pessoas e suficientemente confortável desde que não fizesse muito calor ou muito frio. 

Na cozinha tudo funcionava; a sala já não tinha mais o antigo piano e a mesa foi transferida para meu antigo quarto; o banheiro precisava de alguns reparos, não havia como aquecer o chuveiro e o banho frio era rotina que não chegava a incomodar no calor do final de verão. O quarto dos meus pais estava intacto, minha sobrinha morava nele e foi ela que teve o cuidado todo com o apartamento depois que meu pai foi morar de vez no interior.

Dividimos algumas tarefas, incluindo a louça. Depois de lavar, não havia escorredor e eu me divertia montando esculturas únicas com pratos, copos e talheres. 

A ideia de fotografar veio daí... (mas usando escorredor - pena que eu não comecei antes). A ideia de um novo projeto, usando tais fotos, veio depois...

Tenho 3 blogs que estão listados por aqui em algum lugar: Contos de Fada?, Coisas do Narrador e Mais de Vinte Anos sendo que esse último descreve a vida na pandemia enquanto eu discorria sobre meus escritos. 

Um dos textos teve o mesmo nome deste de hoje e falava de uma frase de Ida Feldman: "Enquanto você estiver vivo, vai ter louça" e enfeitava uma caneca que eu gostaria que ela mandasse pra mim um dia desses, já que faço propaganda e deixo até o link em azul 😆😆😆😆😆😆😆😆

Então (e finalmente) comecei esse projeto e já deixo a arte que fotografei hoje, para o deleite dos amantes da lavação (será que existem? onde vivem? o que comem?). Se você também faz esculturas de louça, mande uma foto e uma história (faça contato pelos comentários).


Eu sou doc

Money

"🎼🎶Money, so they say, is the root of all evil today  🎶" Pink Floyd Desde sempre, os comerciais na TV aberta são uma chateação,...