Marketplace, Oscar, Vacina e uma coisa ou outra

"Mãe, eu acabei de ganhar um Oscar! Os sonhos são algo em que você deve acreditar. Eu quase desisti dos meus. Para todos vocês, por favor, mantenham seus sonhos vivos." (Ke Huy Quan, melhor ator coadjuvante)

Essa semana comecei a ver o filme "Tudo em todo lugar e ao mesmo tempo". Na primeira tentativa eu dormi, mas fiquei interessado porque aborda mundos paralelos e Ted Chiang também escreveu sobre o assunto em "Expiração"; na segunda tentativa eu recomecei e fui um pouco além, mas ainda não terminei. O filme parece muito ruim, mas os atores são muito bons e isso compensa o eventual sacrifício.

Até recentemente eu evitava compras através de marketplace e optava por sites bem seguros com mercadoria própria. De tanto pesquisar, comecei a encontrar boas ofertas e fui experimentando com sucesso. Por duas vezes tive que trocar a mercadoria e isso não foi problema. A última curiosidade ficou por conta de uma mercadoria paga a vista e que não chegou. Fiz contato com o marketplace e, em meia hora, recebi o dinheiro de volta na minha conta. Nunca imaginei que seria tão fácil.

Ah! A festa da igreja foi muito simpática! Fui com minha filha e ela gostou. Depois da missa um bom churrasco (só carne mesmo... preferi deixar o arroz e a maionese para outra ocasião) e, para casa, ainda levamos umas guloseimas chamadas de Berlim e joelho.

Por conta da idade, fiz mais uma dose da vacina COVID. Hum... Aí surgiu uma caneca diferente na louça da semana... Afinal, "resistir (à piada 🤣🤣🤣) é inútil"!

Bom domingo 

Eu sou doc

Festa de Igreja - Dia de São José

Quando migrei para o sul, passei por várias etapas de adaptação: inverno prolongado de nove meses (aliás já estamos no outono), casa com fogão a lenha, comércio fechado na hora do almoço (almoçar é uma atividade comum e obrigatória por aqui), falta de transporte coletivo entre as cidades próximas (o ônibus escolar resolve, em parte, o transporte urbano, mas obviamente no horário das aulas) e algumas outras coisas que agora eu não lembro.

Na primeira cidade que morei (a migração interna também é comum por aqui) eu estranhei a falta do desfile de sete de setembro e as festas de igreja. Houve uma ocasião que havia venda de pastel no salão da igreja local e aí acreditei que as pessoas iriam lá para fazer um "social" e fui também. Ledo engano: a ideia era somente comprar o pastel e degustar em casa, da mesma forma que aconteceu, em outras ocasiões, com uma feijoada (tinha que levar um pote de casa) e um churrasco (o espeto de madeira era fornecido).

Em Rio das Flores e região havia a festa de outubro, onde barraquinhas eram montadas na pracinha do alto da igreja e o movimento era intenso; em Valença o movimento era semelhante só que em agosto.

Depois de um bom tempo por aqui, finalmente encontrei um movimento que se assemelha às festas que eu estava acostumado e será hoje a partir das dez e meia numa igrejinha mais interiorana. Para a arrecadação de verbas (esqueci de falar que o objetivo dessas festas é fazer dinheiro vendendo coisas, geralmente guloseimas) as senhoras locais se reuniram, há uma semana, num processo quase industrial, para a produção de cucas, bolachas (o biscoito local tem esse nome), pirogue (é uma massa que você compra congelada), bolos, que já estavam a venda, e ainda haverá almoço depois da missa. Isso tudo pretendo conferir mais tarde e semana que vem eu conto alguma coisa.

Dia de São José: como bom aluno Marista o evento realmente é imperdível.

Eu sou doc 

Ar Rarefeito

" Everest has always been a magnet for kooks, publicity seekers, hopeless romantics and others with a shaky hold on reality. " Jon Krakauer

Sexta-feira fui visitar um paciente no meio do nada. Passei por estrada sem calçamento, vários trechos com muita lama e que desafiaram a velha e surrada Toro do posto. Belas paisagens com plantações de soja já dourada aguardando a colheita enfeitaram a curta viagem. Ao chegar, dei de cara com uma mercearia ambulante montada num caminhãozinho baú.

Imaginei o lugar à noite: céu totalmente estrelado iluminando os campos e o silêncio que se faz audível. Pensei, então, no silêncio das montanhas.

Em 1996 houve um desastre com alpinistas durante uma escalada semi turística ao Everest. O jornalista Jon Krakauer, a serviço da revista Outside e da equipe Adventure Consultants, publicou "Into Thin Air (1997)", que se tornou um best-seller mesmo havendo críticas ao seu relato. Minha sobrinha me deu o livro de presente e eu não encontrei referência a respeito nos blogs anteriores.

Tive uma identificação muito grande com o livro porque também tive uma experiência de ar Rarefeito quando fui ao Peru conhecer Cuzco/Machu Picchu. Claro que minha aventura nem se compara à insanidade do roteiro Everest mas fiz comparações.

O mundo digital facilitou algumas coisas, mas criou o isolamento travestido de aproximação: perdemos parte da nossa capacidade de observação da natureza e da beleza de ouvir o silêncio. Será que isso também assusta como uma tempestade no Everest?

Eu sou doc

Expiração

"In your mind you have capacities, you know

To telepath messages through the vast unknown

Please close your eyes and concentrate

With every thought you think

Upon the recitation we're about to sing" 

" Calling Occupants of Interplanetary Craft " é o nome de uma canção que fez muito sucesso com os Carpenters em 1976 e cuja autoria é de origem  canadense, pois foi gravada inicialmente pela banda Klaatu e isso tudo eu não vou explicar agora (procure no Google essas referências).

Sempre gostei de ficção científica e conheci a obra de Ted Chiang a partir do filme "A Chegada" e, na sequência, li o livro onde um conto originou a película. 

"Expiração" é o nome de outro livro seu que tive a oportunidade de terminar de ler. Os vários contos falam de portais, vida extraterrestre, futuro distópico, mesclando ficção a conceitos de filosofia e educação o que torna a leitura mais interessante. O detalhe é que você só entende do que se trata com o tempo de leitura. É uma grande opção para quem gosta do gênero e para quem quer conhecer. A sugestão para os iniciantes é começar pelos contos menores e depois partir para os mais longos.

Recentemente OVNIS foram identificados em vários países, mas inventaram explicações; até o Godzilla deu o ar da graça, obviamente, no Japão.

E aí, um belo dia num lugar distante e indeterminado...

 

- Por que está aí fora nesse frio?

Olhando para o céu, a menina  encontrou o misterioso amigo; não era lua cheia, uma fina neblina cobria todo o monte e o frio, nem tão intenso como de outras vezes, deixava um certo desconforto no ar.

Imediatamente uma esfera de calor foi providenciada pela menina, para funcionar como uma fogueirinha, e sentou a seu lado para conversar, pois era uma das coisas que ela mais gostava de fazer.

Ele sorriu. Estava tranquilo e sereno.

Ela, sem entender muito bem sua expressão algo enigmática, sorriu também, na esperança que ele falasse alguma coisa, mas isso só aconteceu alguns minutos depois (pareceram horas).

- Vim observar as estrelas. – ele respondeu.

Mais intrigada ainda, olhou para o céu nublado, na esperança de encontrar alguma coisa pra ser vista, mas somente nuvens enfeitavam o céu e aí ela resolveu esperar para ver o que iria acontecer.

Com um gesto na direção das nuvens, ele desenhou e recortou um carneirinho, que saiu correndo, dando espaço, finalmente, para que as estrelas brilhassem e ambos pudessem observar o infinito.

- Agora imagine: e se tivéssemos capacidade de saber como enviar mensagens telepáticas através do vasto desconhecido?

Começando a achar que ele andara abusando do chocolate, ela puxou pra trás seus cabelos e prendeu com um elástico, para poder prestar mais atenção às suas expressões e outras frases que ainda viriam.

- Tente! Feche seus olhos e concentre-se em cada pensamento que você tiver.

Ela fechou os olhos e ele pegou na sua mão.

- Imagine que alguém responda a seus pensamentos. Alguém que observa tudo o que tem acontecido e que compartilha da sua indignação.

Uma luz muito forte brilhou e veio na sua direção. Mesmo de olhos fechados, o efeito foi muito intenso com cores e sons.

"- Nós temos observado sua terra e numa noite nós faremos um contato..."

Pouco acreditando no que acontecera, sua cabeça girava e seu coração batia rápido e forte, como se estivesse numa montanha russa, logo naquele momento de descida.

- Hein? Que foi?

- Acorde! Você dormiu antes do jantar.

- Dormi? Foi sonho?

Eu sou doc