Costumo dizer que a única coisa que prestou da pandemia foi o hábito de lavar as mãos e aplicar álcool que as crianças aprenderam. Infelizmente só as crianças aprenderam porque a "pé - mão - boca" continua firme e forte nas creches e pré escolas.
No restante, o desastre foi mundial: os serviços de saúde não aprenderam nada com a poliomielite, cólera, gripe espanhola; o "fique em casa", criado para dar tempo às autoridades no preparo do atendimento aos doentes, não surtiu o efeito desejado e morreu muita gente esperando por atendimento terciário; boa parte do comércio "quebrou" e agora convivemos com as sequelas da confusã́o formada.
Felizmente a mortalidade não ultrapassou 3/1000 habitantes só que isso é muita gente em curto espaço de tempo. Aí temos adultos que começaram a ficar "esquecidos" mais cedo do que o Alzheimer, muitos referem dificuldade respiratória crônica, muito gente "pirou" de vez com o isolamento e coisa e tal e teve aquela turma que precisou de atendimento básico, cirurgias eletivas e outras coisas comuns e que não foram atendidas.
E temos as crianças, principalmente os nascidos na pandemia.
O que aconteceu é que todo mundo ficou apavorado em casa e os bebês que nasceram, ou eram bem pequenos logo antes do início do confinamento, foram prejudicados no seu desenvolvimento.
Existem pesquisadores vendo isso, mas nem precisa pesquisar muito pra concluir que essa é uma sequela que temos que consertar.
O diagnóstico é simples: aquela criança simpática e bagunceira, lá por um ano até uns dois anos de idade, não se comporta como o esperado e os marcos do desenvolvimento são nitidamente atrasados. Como não foram atendidos na pandemia, já chegaram aos três anos e agora é que as creches encontram e encaminham para avaliação (até porque muito são extremamente bagunceiros, tentando compensar o tempo perdido).
Pandemia... a ignorância ainda é o pior dos males mundiais.
Eu sou doc
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